quinta-feira, 8 de março de 2018

NOSSO PROJETO


Somos um grupo pertencente ao curso de Letras da UFAL, Campus Arapiraca, formado por três alunas – Jussara da Silva Ferro (bolsista PIBIC-UFAL), Amanda Ferreira da Silva (colaboradora) Wanny Louranny Barbosa Alves (colaboradora) – e coordenado pela Profª. Dr.ª Karla Renata Mendes. Nosso PIBIC dedica-se à pesquisa da escritora Cecília Meireles, mas detendo-se sobre sua produção literária em prosa para crianças, abrangendo livros, em sua maioria, ainda pouco conhecidos e divulgados. Esperamos, ao longo desse projeto avaliar as contribuições da escritora para a formação dos jovens leitores, público esse que sempre fez parte de seu horizonte literário. Dessa forma, essa pesquisa espera lançar luz a obras infantis cecilianas que permanecem em circulação e outras que se tornaram objetos raros e quase que desconhecidos do grande público. Acredita-se que tais textos também merecem ser mais divulgados no ambiente escolar, tornando-se uma opção viável para o trabalho com o texto literário em sala de aula.

SOBRE O BLOG


Esse espaço foi criado visando à divulgação do andamento de nossas pesquisas, os resultados obtidos, informações sobre Cecília Meireles e as obras sobre as quais nos detemos. Além disso, queremos instituir um espaço de troca de experiências, propondo recursos metodológicos e abordagens dos livros da autora em sala de aula. Falaremos, entre outros, de livros como O menino atrasado (escrito em 1946, mas editado em livro apenas em 1966) que caracteriza-se como um auto de natal e constitui-se como única peça teatral infantil composta por Cecília. De difícil acesso, principalmente por ter tido uma única edição, o livro traz à tona um gênero pouco cultivado pela escritora e, conforme se anunciava na nota da edição, o teatro era representado desde 1946 “em vários colégios brasileiros”, configurando-se, assim, como um tipo de texto ceciliano aberto a possibilidades de análise e divulgação.


NOSSA AUTORA



Cecília Meireles foi uma das primeiras mulheres a ter reconhecimento como escritora no Brasil. Além de poeta, atuou também em outras frentes, desenvolvendo atividades ligadas ao jornalismo, folclore e educação. Terminou seus estudos muito jovem, formando-se no magistério, qualificação da época que lhe dava o direito de lecionar e, aos 16 anos, ingressou na carreira como educadora. Neste mesmo período escreveu seu primeiro livro chamado de Espectros. O interesse da autora pela educação era tão forte que lutou por uma nova educação. Na década de 30, por exemplo, no Diário de Notícias, comandou a “Página da Educação”, deixando clara sua oposição ao sistema educacional vigente, expondo sua verve de educadora, que não aceitava imposições do governo como a obrigatoriedade do ensino religioso. Defendendo a teoria pedagógica da Escola Nova, abordando não somente questões educacionais, mas temas como a arte, a ética, o papel das mulheres na sociedade, Cecília Meireles transformou a “Página” num espaço de debate político e ideológico. Assinou o Manifesto dos Pioneiros por simpatizar com as ideias e as propostas contidas no documento, também fez parte da Comissão Nacional de Literatura Infantil (CNLI), no Estado Novo. Como reflexo de sua atuação no magistério e da preocupação com temas ligados à infância, Cecília fundou, em 1934, a primeira biblioteca infantil do Rio de Janeiro e do Brasil, no Pavilhão Mourisco, que se manteve em funcionamento durante quatro anos. Preocupada com a formação educacional de crianças e jovens, a autora debateu questões sobre o tema e atuou de forma muita prática ao incentivar, por exemplo, a criação dessa biblioteca, fomentando o acesso à leitura e à cultura, de forma geral. Foi com o seu livro Viagem, que finalmente ganhou um reconhecimento mais amplo, sendo agraciada, inclusive, com o Prêmio da Academia Brasileira de Letras. A autora faleceu em 1964, deixando um legado incomensurável de textos poéticos, infantis e crônicas. 

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