Somos um grupo pertencente ao curso de Letras da UFAL, Campus Arapiraca,
formado por três alunas – Jussara da Silva Ferro (bolsista PIBIC-UFAL), Amanda
Ferreira da Silva (colaboradora) Wanny Louranny Barbosa Alves (colaboradora) –
e coordenado pela Profª. Dr.ª Karla Renata Mendes. Nosso PIBIC dedica-se à
pesquisa da escritora Cecília Meireles, mas detendo-se sobre sua produção
literária em prosa para crianças, abrangendo livros, em sua maioria, ainda
pouco conhecidos e divulgados. Esperamos, ao longo desse projeto avaliar as
contribuições da escritora para a formação dos jovens leitores, público esse
que sempre fez parte de seu horizonte literário. Dessa forma, essa pesquisa
espera lançar luz a obras infantis cecilianas que permanecem em circulação e
outras que se tornaram objetos raros e quase que desconhecidos do grande
público. Acredita-se que tais textos também merecem ser mais divulgados no
ambiente escolar, tornando-se uma opção viável para o trabalho com o texto
literário em sala de aula.
Esse espaço foi criado visando à
divulgação do andamento de nossas pesquisas, os resultados obtidos, informações
sobre Cecília Meireles e as obras sobre as quais nos detemos. Além disso,
queremos instituir um espaço de troca de experiências, propondo recursos
metodológicos e abordagens dos livros da autora em sala de aula. Falaremos,
entre outros, de livros como O menino
atrasado (escrito em 1946, mas editado em livro apenas em 1966) que
caracteriza-se como um auto de natal e constitui-se como única peça teatral
infantil composta por Cecília. De difícil acesso, principalmente por ter tido
uma única edição, o livro traz à tona um gênero pouco cultivado pela escritora
e, conforme se anunciava na nota da edição, o teatro era representado desde
1946 “em vários colégios brasileiros”, configurando-se, assim, como um tipo de
texto ceciliano aberto a possibilidades de análise e divulgação.
NOSSA AUTORA
Cecília Meireles foi
uma das primeiras mulheres a ter reconhecimento como escritora no Brasil. Além de poeta, atuou também em outras
frentes, desenvolvendo atividades ligadas ao jornalismo, folclore e educação. Terminou
seus estudos muito jovem, formando-se no magistério, qualificação da época que
lhe dava o direito de lecionar e, aos 16 anos, ingressou na carreira como
educadora. Neste mesmo período escreveu seu primeiro livro chamado de Espectros. O interesse da autora pela
educação era tão forte que lutou por uma nova educação. Na década de 30, por exemplo, no Diário de Notícias,
comandou a “Página da Educação”, deixando clara sua oposição ao sistema
educacional vigente, expondo sua verve de educadora, que não aceitava
imposições do governo como a obrigatoriedade do ensino religioso. Defendendo a
teoria pedagógica da Escola Nova, abordando não somente questões educacionais,
mas temas como a arte, a ética, o papel das mulheres na sociedade, Cecília
Meireles transformou a “Página” num espaço de debate político e ideológico. Assinou
o Manifesto dos Pioneiros por simpatizar com as ideias e as propostas contidas
no documento, também fez parte da Comissão Nacional de Literatura Infantil
(CNLI), no Estado Novo. Como reflexo
de sua atuação no magistério e
da preocupação com temas ligados à infância, Cecília fundou, em 1934, a primeira biblioteca infantil do Rio de
Janeiro e do Brasil, no Pavilhão Mourisco, que se manteve em funcionamento
durante quatro anos. Preocupada com a formação educacional de crianças e
jovens, a autora debateu questões sobre o tema e atuou de forma muita prática
ao incentivar, por exemplo, a criação dessa biblioteca, fomentando o acesso à
leitura e à cultura, de forma geral. Foi com o seu livro Viagem, que finalmente ganhou um reconhecimento mais amplo, sendo
agraciada, inclusive, com o Prêmio da Academia Brasileira de Letras. A
autora faleceu em 1964, deixando um legado incomensurável de textos poéticos,
infantis e crônicas.
Muito Bom!
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