quinta-feira, 8 de março de 2018

RUTE E ALBERTO



A obra Rute e Alberto resolveram ser turistas foi escrita por Cecília Meireles em 1938 e publicada em 1945, fazendo parte do acervo criado para o público infantil. 
O livro Rute e Alberto Resolveram Ser Turistas, sintetiza uma viagem que acontece na cidade do Rio de Janeiro. A história inicia quando a família resolve passar as férias de verão em Copacabana, os pais das crianças alugam um apartamento de frente a praia, para que elas possam curtir as férias próximas do mar. Os personagens principais da história, que dão título ao livro, decidem ser turistas na própria cidade após irem à praia com o pai e verem os estrangeiros passarem de automóveis. Questionando quem eram aquelas pessoas descobriram trataram-se de turistas.
Após a decisão tomada, Rute e Alberto começam a procurar por um guia, que soubesse tudo sobre a cidade e que os acompanhasse em seus passeios. Logo, doutor Silveira sugere a pessoa ideal: tio Mário, que iria passar as festas de final do ano com a família. Finalmente, Mário chega à cidade e já começam as especulações de Rute e Alberto para decidirem qual seria o primeiro lugar da cidade a visitar. Escolhido o local – ver a estátua de Pero Vaz de Caminha – começa a viagem dos turistas pelo Rio de Janeiro. Na sequência, ainda visitariam pontos como o Pão de Açúcar e o Jardim Botânico.
No decorrer da história é possível vermos as características predominantes de Cecília Meireles na criação dos personagens: como exemplo de crianças educadas, respeitosas, curiosas e atenciosas, bem como, a descrição detalhada da cidade nos olhos de Rute e Alberto. A obra possui uma linguagem simples, de aspectos históricos e um cenário diversificado, o qual utiliza todo o espaço turístico da cidade. No entanto não é uma das mais reconhecidas no meio literário e infantil. Não há estudos aprofundados nesta obra, nem reedição do livro, isso problematiza um pouco o acesso dos leitores que desejem realizar pesquisas sobre o livro.


 LEIA UM TRECHO DA OBRA...


O APARTAMENTO SESSENTA E TRÊS

O céu estava completamente azul e ouro. As águas dobravam-se, transparentes como vidro. A espuma, branca e fina, brilhava à luz do sol. Os morros, ao longe, pareciam pintados de azul e côr-de-rosa. Se o mar não se movesse, nem parecia que aquilo fosse mesmo uma paisagem de verdade. Era como um quadro, um quadro lindo para se ficar contemplando  a vida inteira.
- Que beleza, não é? – perguntou Alberto. Rute murmurou baixinho:
- Parece a tampa de uma caixa de bombons!
O irmão achou graça, mas continuou a olhar para a praia.
- Quantos banhistas, hein?
- E olha um bebê num carrinho! – disse Rute, sorrindo com delícia.
- E aqueles moços fazendo ginástica!
- E aquela barraca azul, com um cata-vento vermelho...
- Como vai alta, a espuma! – exclamou o menino.

MEIRELES, Cecília. Rute e Alberto resolveram ser turistas. Boston: D.C Heath and Company, 1945.

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