A obra Rute
e Alberto resolveram ser turistas foi escrita por Cecília Meireles em 1938
e publicada em 1945, fazendo parte do acervo criado para o público
infantil.
O livro Rute e Alberto Resolveram Ser
Turistas, sintetiza uma viagem que acontece na cidade do Rio de Janeiro. A
história inicia quando a família resolve passar as férias de verão em
Copacabana, os pais das crianças alugam um apartamento de frente a praia, para
que elas possam curtir as férias próximas do mar. Os personagens principais da
história, que dão título ao livro, decidem ser turistas na própria cidade após irem à praia com o pai e verem os
estrangeiros passarem de automóveis. Questionando quem eram aquelas pessoas
descobriram trataram-se de turistas.
Após a decisão tomada, Rute e Alberto
começam a procurar por um guia, que soubesse tudo sobre a cidade e que os
acompanhasse em seus passeios. Logo, doutor
Silveira sugere a pessoa ideal: tio Mário, que iria passar as festas de
final do ano com a família. Finalmente, Mário chega à cidade e já começam as
especulações de Rute e Alberto para decidirem qual seria o primeiro lugar da
cidade a visitar. Escolhido o local – ver a estátua de Pero Vaz de Caminha –
começa a viagem dos turistas pelo Rio de Janeiro. Na sequência, ainda
visitariam pontos como o Pão de Açúcar e o Jardim Botânico.
No decorrer da história é possível vermos
as características predominantes de Cecília Meireles na criação dos
personagens: como exemplo de crianças educadas, respeitosas, curiosas e
atenciosas, bem como, a descrição detalhada da cidade nos olhos de Rute e
Alberto. A obra possui uma linguagem simples, de aspectos históricos e um
cenário diversificado, o qual utiliza todo o espaço turístico da cidade. No
entanto não é uma das mais reconhecidas no meio literário e infantil. Não há
estudos aprofundados nesta obra, nem reedição do livro, isso problematiza um
pouco o acesso dos leitores que desejem realizar pesquisas sobre o livro.
LEIA UM TRECHO DA OBRA...
O APARTAMENTO
SESSENTA E TRÊS
O
céu estava completamente azul e ouro. As águas dobravam-se, transparentes como
vidro. A espuma, branca e fina, brilhava à luz do sol. Os morros, ao longe,
pareciam pintados de azul e côr-de-rosa. Se o mar não se movesse, nem parecia
que aquilo fosse mesmo uma paisagem de verdade. Era como um quadro, um quadro
lindo para se ficar contemplando a vida
inteira.
-
Que beleza, não é? – perguntou Alberto. Rute murmurou baixinho:
-
Parece a tampa de uma caixa de bombons!
O irmão achou graça,
mas continuou a olhar para a praia.
-
Quantos banhistas, hein?
-
E olha um bebê num carrinho! – disse Rute, sorrindo com delícia.
-
E aqueles moços fazendo ginástica!
-
E aquela barraca azul, com um cata-vento vermelho...
-
Como vai alta, a espuma! – exclamou o menino.
MEIRELES, Cecília. Rute
e Alberto resolveram ser turistas. Boston: D.C Heath and Company, 1945.
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